quarta-feira, 17 de junho de 2009

NECESSIDADES DESNECESSÁRIAS

Nas minhas observações, tenho percebido algo curioso, e tem a ver com o homem, a natureza que o rodeia e suas necessidades. Talvez, a mais interessante seja de que, no topo da pirâmide da cadeia alimentar, a contribuição do homem é nenhuma! Em sua forma de expressão ele é capaz de consumir qualquer coisa, sem necessariamente contribuir com nada.

Você nunca se perguntou quem depende de quem? Certamente é o bicho homem quem mais depende das demais espécies e elementos naturais para manutenção de sua vida.


Deixando o drama de lado, o fato é que estamos vivendo um tempo de muitas necessidades desnecessárias. Ou seja, consumimos demais, sem uma razão maior, além da satisfação individual. A consequência desse processo é a degradação do meio em que estamos, e que para comprovar isto já não é preciso pesquisar mais, apenas observar a quantidade de coisas que consumimos e descartamos todos os dias.

Para exercitar, apenas pergunte-se: Quais são minhas necessidades? Como eu tenho suprido elas? Será que de fato eu preciso de todas as coisas que julgo necessárias?


Bem, alguns falam que se pararmos de consumir, o mundo não vai se sustentar, que vão desaparecer os negócios, as fábricas, os empregos, e o dinheiro. É verdade, sim, que não há como parar o mundo, e retroceder, mas certamente podemos nos ajustar. Como? Escolhendo uma forma mais equilibrada, sem tantas necessidades, com mais harmonia e respeito por toda essa pirâmide de seres que me apóiam no topo.


Sabe, no fim, nem sei se é uma questão de respeito, mas de necessidade necessária, pois, é certo que, ao não levarmos em conta a preservação dos demais seres, acabamos por aniquilar a nós mesmos.


Concluindo, percebo que caminhamos separados da natureza que nos sustenta, isolados, com nossas necessidades desnecessárias, sem conhecermos o verdadeiro propósito da bênção que nos foi concedida: a vida.


Quem sabe, com a mudança dos tempos, na rapidez em que as coisas acontecem, a consciência individual também não mude? E depois, com sabedoria e atitude pessoal, acabemos por influenciar uns aos outros, e que assim por diante, feito um milagre, nos re-integremos à vida e à natureza que nos rodeia, como os demais seres, sem tantas necessidades.


Bem, se sonhar é permitido, este é o meu sonho!


:)

segunda-feira, 18 de maio de 2009

MEU AMIGO ANTÁRTICO...


Quero contar para vocês que eu tenho um amigo 'antártico'. O nome dele é Henrique Vedana.

Pois então, conheci esse cara pela internet. Achava que ele era italiano, que morava na Dinamarca, e no fim descobri que ele era gaúcho. Posso dizer que haver conhecido o Henrique foi uma oportunidade única, pois além de termos muitas coisas em comum, a presença dele foi um refresco para minha alma. Sua energia e inquietude, típicas de um bom sagitariano, são contagiantes, e despertaram em mim o melhor de meu ser ecológico e amante da natureza.


Palestra no Espaço Brasas-STB, em Porto Alegre.


Na semana passada, sabendo da passagem dele por Porto Alegre, fui assistir uma palestra sua sobre a experiência na Antártica, que durou duas semanas, com o propósito de conhecer um estudo sobre energias alternativas ao petróleo (http://www.expedition-antarctic-2009.com/). Rodeado de amigos e gente interessada em suas histórias, mal tivemos tempo para conversar. Foi então que decidimos nos encontrar hoje, para juntos visitarmos o C.A.V.-Refúgio dos Esquilos, aqui no Morro Reuter. Junto com ele veio também uma amiga especial, a Camila Schinestisck, bióloga, de Pelotas, que hoje está em Porto Alegre, fazendo um mestrado em ecologia.



Além de conversarmos um monte, fizemos um risoto de pinhão no fogão à lenha. Estava delicioso passar o dia com esses novos amigos.

Almoço no Refúgio.

Como acredito que nada ocorre por acaso, tenho certeza de que ainda vamos nos encontrar mais vezes. Com o Henrique, já temos até um projeto juntos. Mais tarde conto mais a respeito do 'GET WILD - Uma Busca na Natureza'. E com a Camila, vamos preparar um plano de manejo da vegetação do refúgio. Aos dois, Namastê!

Na trilha da represa.

E para vocês que me acompanham, um abraço serelepe, do esquilo do refúgio!

:)

domingo, 10 de maio de 2009

OFICINA DE TELHADOS VERDES

VERDE QUE TE QUERO VERDE...



Se para aprender há de se colocar a mão na massa, foi o que fizemos no dia 14 de abril, lá no Morro Reuter, no Refúgio dos Esquilos.

Aproveitando o interesse do diretor do Centro de Cultura de São Leopoldo, Jari Maurício da Rocha, um grupo de interessados no tema, professores, educadores, arquitetos e amigos, todos tiveram a oportunidade de ver de perto como se constrói um telhado verde (e vivo).


Para compartilhar um pouco do seu conhecimento, foi convidado o paisagista e agrônomo Toni Backes (www.tonibackes.com.br), que com seu carinho e habilidade natural, trouxe exemplos de aplicação da técnica.

Depois de um bom chimarrão, e um passeio pelos arredores, fomos para a aula com o Toni. Mais tarde, tivemos um almoço campeiro, com direito a fogo de chão, grelha e disco de arado. Esse foi um momento de descontração e troca entre os convidados.


Na parte da tarde, fomos de enxadas e pás, para a atividade prática, que consistia em trocar a lona de um telhado existente. Isto foi oportuno, pois assim pode-se desmontar e remontar um telhado, vendo quais são os passos e cuidados necessários. Todos deram sua contribuição, e ao final, celebramos a conclusão da empreitada.

Os próximos passos são o plantio de espécies próprias para telhados vivos e ordenação dos elementos de paisagismo, como pedras, caminho de tocos, fonte d’água. E claro, mais um encontro para dar o trabalho como completo.


Aos amigos que participaram desse encontro, em nome dos 'esquilos' do refúgio, fica registrado o agradecimento pela presença e oportunidade de troca. E aos amigos mirins também que deram sua participação!


Um grande abraço, com muito carinho a todos, e até o próximo encontro.

:)

quarta-feira, 6 de maio de 2009

NATUREZA COTIDIANA


Observar é a chave.

Aprendi com a fotografia que as imagens mais impressionantes vinham das coisas mais simples. E sempre me perguntava: como capturar a simplicidade das coisas?

A resposta veio com o tempo, mas a prática da observação tem sido um exercício constante.

Hoje pela manhã, da janela do quarto, avistei três pássaros, ou quero-queros, que voltaram para nidificar. Como já os conheço do ano passado, sei que são um macho, uma fêmea (um casal) e um filhote, que sobreviveu, e que agora está adulto. Basta saber se é um macho, ou uma fêmea.

Da janela, tenho participado da vida deles. Recordo dos filhotes que foram mortos no ano passado, por crianças levadas e inconscientes (sim, eu também fui levado!). Lembro também dos ataques de felinos urbanos, ou gatos. Não vi, mas sei que os gaviões são vorazes predadores dos pintinhos, e que certamente arrebataram alguns. Mas o que conta é que hoje avistei um filhote adulto, na companhia dos pais.

Por um momento pensei: que legal, eles estão juntos, e logo vão nidificar. E me dei conta, que o local onde eles ficam e fazem seus ninhos, agora está cercado (uma futura construção?). Não importa, eles estão de volta e toda manhã eu vou à janela para vê-los. E isto me alegra, e alegra meu dia.

Ao final, poder acompanhar estes mascotes me traz os mais profundos sentimentos, de ser-humano, observador e amante das coisas, não só de bichos e coisas, mas de natureza humana também. Digo isto porque, depois de ver a família de quero-queros junta, algo despertou, em mim, o amor que tenho guardado, mas nem sempre compartilho. Antes de sair de casa fui até minha mulher e dei nela um bom abraço. E logo disse: eu te amo muito.

Em resumo, observar a natureza permite manter-me conectado com o meu melhor. E quem me conhece sabe que para eu estar bem, preciso estar em contato com bosques, matas ou jardins. Essa é minha sala de aulas. É onde eu aprendo de verdade, simplesmente observando.

E você tem observado o quê?


:)

domingo, 11 de janeiro de 2009

A NATUREZA COMO SALA DE AULAS


A natureza é uma sala de aulas! Nela aprendemos a ser, fazer e ter. Os elementos estão todos disponíveis e podemos reconhecer os mesmos como oportunidades de aprendizagem. A chave para isto é a observação. Através de uma posição desprovida de julgamento (certo x errado) alcançamos o lugar ideal para aprender. Existe um ciclo: sintonizar, experimentar, aprender e compartilhar. É através dele que tomamos consciência dos limites e riscos (reais e aparentes) que nos apóiam, ou limitam, na expressão autêntica de nosso ser.

Nesse contexto, a natureza apenas reflete o nosso interior. Se estamos em paz, olhamos a nossa volta, e reconhecemos a paz. Se estamos agitados, percebemos agitação, e assim por diante...

Mais importante do que ter consciência de que nosso meio apenas espelha como estamos por dentro é saber que o resultado que colhemos hoje é fruto de alguma ação que fizemos ontem. E que amanhã será o resultado do que fizermos agora.

Pois bem, se a natureza ensina a reconhecer em nós o que vemos nela, que tal guardarmos esta lição e começarmos a reconhecer o que vemos nos outros? Sim, como parte desta natureza envolvente, se percebemos uma qualidade alheia, quer dizer que ela também está em nós (seja ela positiva ou negativa). Aquilo que está fora está dentro, e vice-versa...

A natureza pode nos ensinar muito, e nós, seres humanos, fazemos parte dela. Podemos aprender uns com os outros. Podemos aprender com tudo. Agora, será que estamos dispostos a aprender?

:)